Por Cleiton Ambrósio Sanches
Há muito que o desenvolvimento da tecnologia e da capacidade computacional vem revolucionando a atuação de profissionais de diversas áreas trazendo à tona um assunto comum hoje: a Revolução 4.0, que reúne todas as principais evoluções dos últimos anos.
Mesmo em uma carreira tradicional como o Direito, não poderia ser diferente. Os profissionais e os escritórios jurídicos têm se modernizado, segregando tarefas que podem ser delegadas às máquinas, e assumindo as tarefas mais estratégicas, direcionando suas entregas a alta qualidade e conectada à realidade dos clientes.
Dentro desse novo cenário, como já abordamos anteriormente, há que se dar o devido destaque à predição (ou análise preditiva), aplicada ao universo jurídico, unindo uma imensidão de possibilidades que surgem da junção da matemática e estatística, com a tecnologia e com formas de trabalho evoluídas.
Todos os envolvidos trabalham de forma a coletar, registrar e manter atualizados, a maior quantidade de dados possível disponível, para que, com o auxílio de ferramentas e ciências, possa-se chegar a um resultado de previsibilidade. Tendo os dados à disposição, são inúmeros os cenários que podem ser delineados, inúmeras combinações, respeitando-se as linhas de tendências e os desvios estatísticos, chegando a resultados muito próximos à realidade do universo jurídico. E esses resultados a que podemos chegar não é algo tão novo. Conhece o termo Jurimetria? Então, tudo se encaminha para a melhor e mais eficaz aplicação da Jurimetria.
Óbvio que, por se tratar de análise apurada de dados, com inúmeras variáveis, e grande quantidade de dados, essas análises não podem ser feitas manualmente (ou em uma calculadora de mão), por advogados, backoffices ou estagiários. É preciso utilizar-se de ferramentas desenvolvidas para esse fim, e de meios e dados organizados para esse fim.
Todas essas análises dependem do correto registro e da manutenção dos dados. A partir disso, com a correta escrita computacional, parte-se para a análise de possíveis resultados e cenários. Na intenção de alcançar esse grau de evolução, os advogados e escritórios correm para se modernizar, atualizando-se tanto nas questões legais jurídicas, como nas ferramentas necessárias para facilitar esse trabalho.
Sistemas ERPs Jurídicos cada vez mais desenvolvidos, com cada vez mais possibilidades de personalização, com diferentes formas de extração de dados, além da capacidade de gerenciamento operacional do escritório, são contratados e implementados nas rotinas diárias. Sistemas com a capacidade de busca de informações diretamente nos sites dos Tribunais e nos Diários Oficiais, imput dessas informações em pastas eletrônicas (o que até pouco tempo era feito em meio físico), e capacidade de demonstração das informações quanto às publicações e andamentos processuais seja por meio eletrônico ou em forma de relatórios diversos, são apreciados e buscados a todo momento.
E onde a coleta e registro de dados, sistemas evoluídos, segregação de atribuições, e a predição se encaixam?
Com esse novo advento evolutivo surgem também novas exigências dos clientes, demandas mais elaboradas, até as necessidades são mais evoluídas que nos tempos do papel, principalmente clientes corporativos.
O que temos visto no dia a dia, é que os clientes, sejam eles pessoas físicas ou corporativos já exigem, de certa forma, uma maneira nova de trabalho e entrega, que seja agilizada pelo uso de meios eletrônicos como e-mails, e compartilhamento de arquivos em nuvens, e, mesmo os que não se manifestam a esse respeito, quando tem de decidir entre profissional X com métodos tradicionais de comunicação, e profissional Y, com os mesmos meios aliados aos novos, dirigem-se à segunda opção.
Escritórios e profissionais que se adequam à nova realidade mais cedo saem na frente. Profissionais do direito, a fim de aderir à advocacia 4.0 devem urgentemente se aliar e se preparar para as ferramentas e tendências de um novo mercado jurídico.
Onde isso tudo seria útil? No mínimo em seu marketing jurídico.
Isso não é abandonar o exercício do Direito na sua concepção fundamental, mas delegar às máquinas e às tecnologias o que elas podem fazer por si só, e concentrar-se na produção de conteúdo que realmente atendam às necessidades dos clientes, garantindo-lhes segurança nas suas tomadas de decisão, e subsidiando decisões judiciais acertadas e justas.
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