Os bancos Caixa Econômica Federal, Itaú e Banco do Brasil pediram o adiamento por 30 dias da assembleia de credores da Oi, que aconteceu de forma virtual nesta terça-feira (8). Sem consenso, a reunião foi suspensa por algumas horas quatro vezes ao longo do dia. Mas no fim da noite, após 12 horas de negociação, o plano foi aprovado.
O presidente da empresa, Rodrigo Abreu, tentou evitar o adiamento da apreciação do novo plano de recuperação apresentado pela empresa, que precisa ser aprovado pelos credores. As conversas foram retomadas por volta de 21h15.
O Bradesco também pediu o adiamento da assembleia por 30 dias, mas o administrador judicial da companhia não aceitou o pedido.
As instituições financeiras criticam o corte de 60% em seus valores proposto pela tele carioca e o fato de fundos de investimentos que hoje são acionistas terem direito a voto na condição de credores.
Além das queixas dos bancos, outros credores aproveitam a reunião para tirar dúvidas sobre o plano e há até quem elogie a proposta como uma saída para a empresa, que entrou em recuperação judicial em 2016.
A reunião, iniciada às 11h, transcorre marcada por suspensões temporárias para facilitar a negociação.
Mais cedo, Rodrigo Abreu, presidente da Oi, já havia pedido a suspensão da assembleia até as 15h para resolver o impasse com os bancos. E o administrador judicial determinou a parada.
No meio da tarde, Abreu pediu suspensão até 19h, mas o administrador estipulou prazo até 18h30. O esforço do executivo é para não postergar a decisão dos credores sobre o plano.
-A suspensão da assembleia (por 30 dias) não é factível e se isso acontecer inviabilizaria o plano de recuperação da Oi. Estamos conversando com os bancos para tentar uma reconsideração. Ainda não acabamos – disse Abreu.
A assembleia virtual da Oi começou por volta das 11h desta terça-feira com quórum elevado. Segundo Samantha Mendes Longo, representante do administrador judicial, havia 5.194 cadastrados. Estavam presentes 92,13% dos credores da classe trabalhista, 83,95% das microempresas e 54,70% dos bancos, fundos de investimentos e grandes fornecedores.
Insatisfação dos bancos
Abreu destacou que adiar a votação da nova versão do novo plano de recuperação judicial, que prevê a venda de ativos como a operação móvel e parte da rede de fibra óptica, por mais um mês terá “impacto significativo” na empresa.
– Para vender os ativos, a Oi depende da decisão da assembleia de hoje. E com atraso de 30 dias haveria impacto significativo e teria que se abrir mão e mudar o curso do plano – disse Abreu.
Fontes: Bichara Advogados e O Globo