Por Ussiel Tavares
O mundo mudou. O processo e o escritório de advocacia estão diferentes. Vivencio o ambiente jurídico, de alguma maneira, há quase 40 anos e, acredite, estamos em um momento singular na história do Direito.
As coisas sempre evoluem. Tenho percebido isso ao longo da minha vida profissional, embora, pelo fato de vivenciar a advocacia de maneira intensa há tanto tempo, não sei se é possível separar do lado pessoal. Entretanto, na última década a velocidade das mudanças é impressionante.
Aqueles que me conhecem ou conviveram comigo sabem que tenho uma aversão quase que alérgica à subserviência. Os meus relatos costumam ser verdadeiros e, por vezes, desagradáveis. Bem ou mal, ocorre que as décadas de trabalho no Direito, dentro e fora dos processos, as duas oportunidades de comandar a seccional da OAB em Mato Grosso e a inquietação crônica, colocam-me, hoje, em um lugar com visão privilegiada. Desculpem-me os mais jovens, mas é assim.
O escritório de advocacia artesanal, feito sem sistemas, processos bem definidos e sem atrair talentos de diversas áreas está fadado a desaparecer nos próximos anos (ou meses!). Os clientes não aguentam mais tratar com prestadores de serviços diferentes para resolver o mesmo problema. Isso é caro, chato e desperdiça a “commoditie” mais valiosa do planeta: o tempo.
A Controladoria Jurídica na Advocacia é um desses temas em que pouco se fala, mas que deveria fazer parte da estratégia de todo escritório, do pequeno e incipiente ao tradicional e robusto. Inicialmente poderiam pensar: “ok, mais um setor, mais custo, mais gente…” Minha resposta é que esse tipo de pensamento vai fechar muito escritório daqui pra frente.
As atividades de suporte ao advogado visam garantir agilidade, segurança e qualidade na prestação dos serviços. São conceitos aplicados no dia a dia do escritório, que promovem o mapeamento das rotinas e criam procedimentos que padronizam as atividades inerentes à prática jurídica.
A gestão do escritório faz parte do serviço que prestamos. Além de reduzir custos por erros evitáveis, dá segurança aos clientes que contrataram uma estrutura organizada e alinhada à visão da empresa moderna. A Controladoria Jurídica não é algo fácil de implementar, estamos trabalhando há meses. Tanto que em agosto vamos receber um treinamento no escritório com um especialista de São Paulo-SP.
Eu acredito que a nova advocacia deve ser alicerçada em dois pilares. Temos a tradição e a história, os relacionamentos criados ao longo do caminho percorrido, das décadas de trabalho. Isso não pode ser ensinado na faculdade, no estágio ou comprado com consultoria, isso se conquista. Por outro lado, temos a modernidade, o movimento, o escritório do futuro.
Estamos indo além da técnica e da escrivaninha. Os escritório deve se mover no ritmo do mundo totalmente novo, em que o Direito renova-se a cada dia e exige criatividade e eficiência nos detalhes, dentro e fora do processo judicial.
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